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quarta-feira, 10 de setembro de 2008

ESPECTÁCULOS TERRITÓRIO ARTES ARRANCAM ESTE MÊS

Borba foi um dos 61 Municípios do país com a candidatura aceite nas modalidades co-financiadas do Programa Território Artes para 2008, promovido pelo Ministério da Cultura através da Direcção-Geral das Artes. O Programa Território Artes, criado em 2006, constitui uma intervenção na área da descentralização das artes e da formação de públicos e cujo desenvolvimento está associado a uma plataforma informática denominada Oficina Virtual, tornando-se numa ferramenta importante para produtores, promotores e programadores culturais.
Os município promotores das acções estão divididos por dois itinerários culturais, integrando Borba um grupo conjuntamente com mais 47 municípios de todos os pontos do país. As iniciativas vão decorrer entre 10 de Setembro e 31 de Dezembro e têm um co-financiamento até mil euros por candidatura.
Em Borba, serão realizados três espectáculos, dois de teatro e um de música.
O primeiro espectáculo a decorrer no nosso concelho chega já no próximo dia 19 de Setembro, pelas 21.00 horas, no Anfiteatro de Ar Livre, e intitula-se “ESCOLA DE MULHERES”, encenada pelo Teatro ao Largo. Uma das mais encantadoras comédias de Molière, "Escola de Mulheres" (L’École des Femmes) é a história de um libertino pertinaz de meia idade, Arnolfo, que ao fim de muitos anos a zombar de maridos que são enganados pelas suas mulheres astutas, anuncia que ele mesmo se vai casar com uma jovem donzela, Inês, a qual ele próprio educou para tal fim, em total ignorância e isolamento desde a sua infância.
Inútil será dizer que os seus planos rapidamente se desenredam. Um jovem seu amigo, Horácio, confidencia-lhe que está a ter um caso secreto com a angélica mas caprichosa Inês, ignorando que Arnolfo é o seu suposto noivo. Arnolfo, usando esta informação como arma, faz tudo o que pode para acabar com este caso ilícito, mas tudo corre mal a cada passo, até que é forçado a retirar-se em confusão e humilhação.
A peça, numa nova tradução de Pureza Pinto Leite, tem uma duração de aproximadamente 80 minutos e é direccionada para um público adulto/juvenil.
O Teatro Ao Largo sempre teve uma inclinação para representar farsas clássicas divertidas nos largos principais ao ar livre. Esta é a sua primeira encenação de Moliére, em seguimento de comédias de Goldoni, Gil Vicente e António José da Silva. Como sempre, o seu objectivo é apresentar peças de teatro divertidas e enérgicas, ricas em música e comédia física, para o público em geral.
No dia 8 de Outubro, o Cine-Teatro de Borba recebe em duas sessões, às 15.00 e às 17.00 horas, o espectáculo musical “CONCERTOS IMPROVÁVEIS…”, produção do CENTA – Centro de Estudos de Novas Tendências Artísticas.
Partindo da recolha efectuada no Projecto "Sons do Salgueiral", criaram-se os "Concertos Improváveis…". Idealizados para espaços e públicos não convencionais de música contemporânea, têm como objectivo fazer chegar, aos locais mais esquecidos pelas programações e circuitos culturais, conteúdos artísticos contemporâneos. Desconstruindo o conceito de recital clássico e os rituais a ele associados, criou-se um espectáculo portátil que pode ser apresentado em qualquer lugar, procurando aproximar realidades culturais distantes.
A terminar a programação Território Artes, o palco do Cine-Teatro de Borba acolhe no dia 19 de Dezembro, pelas 21.00 horas, a peça de Teatro “COMÉDIAS DO VICENTE”, produção do Teatro do Semeador, Portalegre.
Para este espectáculo de COMÉDIAS DO VICENTE, foram seleccionados excertos dos seguintes autos: Lusitânia, o episódio de Todo-o-Mundo e Ninguém (tão pré-camoniano, sobre o desconcerto do mundo e os esconjuros e notações dos diabos Berzabu e Dinato; o jogo das sortes - reais (estrelas e planetas), masculinas (animais) e femininas (aves) - presente nas Fadas; a Visitação, em versão integral (primeiro texto representado pelo próprio comediógrafio em 1502, aquando do nascimento de D. João III, associando-o ao nascimento de Jesus) e a versão integral da Índia, sobre a epopeia dos Descobrimentos, uma abordagem fria da ilusão tão portuguesa de riqueza fácil, ainda que à custa da honradez e da degradação dos costumes (o adultério), correndo os riscos também enunciados por Sá de Miranda: «Não me queixo de Castela/Donde guerra inda não soa/Queixo-me de Lisboa/Que ao cheiro da canela/O reino nos despovoa.»
Este é um espectáculo interactivo, que convive e convida para a representação o próprio público, que assim nele também participa. São cerca de 50 minutos de representação às vezes frenética, trazendo aos dias de hoje os textos celebrados por Gil Vicente.

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